domingo, 11 de outubro de 2015

pensamentos corriqueiros de um domingo a noite

eu pensei que finalmente tinha largado disso, mas ela fica rondando pra sempre me lembrar "ó, to por aqui viu? não te esqueci e o principal: não deixei você esquecer de mim". achei que, por fim, estava sozinha, que a onda de boas energias havia caído amorosamente nos meus braços e estava até então me beijando sem cansar. determinei começos e fins, e disse adeus pra nunca mais voltar. recebi de sorriso aberto o novo. mas eu não sou a mesma. não sou a melhor rafaela que você pode receber. eu to com você: durmo, saio, beijo, transo com você. mas em domingos melancólicos como esse, sempre me perco na minha cabeça. vivo em guerra. o conflito sempre me acompanha. na minha mente acontecem explosões e mais explosões de energia cósmica, pensamentos bons e ruins. desço mais degraus com o objetivo de ir a fundo, quando só o que eu queria era viver na superfície. não ligar tanto para sentimentos. não ser tão sentimentos. não lembrar de tantas coisas. ser mais consistente. olhar pro seu sorriso e ter certeza de que o mereço. ficar por minutos te observando, pensando como seria muito mais calmo eu ser muito mais calma. se eu te perguntar se sou, você diz que sim. se estivesse onde estou, perceberia que é muito mais serenidade do que calma.
sou feita de caos.

sábado, 26 de setembro de 2015

Anjo da minha poesia. Vem que nem furacão. Mata o que há de ruim. Renasce e acorda. Parece que depois de muito tempo abri os olhos novamente. Estive num eterno desacordar de sentimentos. Vivendo entre o que existe e o que deixou de existir. Boiando nas nuvens como um barco largado por um marinheiro cansado de tentar. Desculpa minha estranheza, calor no coração é algo com que não venho convivendo há muito. Me deixei esquecer como era estar aquecida e borbulhante ao encostar meu rosto no seu e permitir minha voz passear pela sua pele. Nunca esteve tão certa como antes. Te dou toda a razão.

(tava largado nos rascunhos, mas achei tão bonito)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

O pior 1/4 de sonho que já tive na minha vida

No banheiro, alterada, na sacola preta pego a garrafa pra encher com água. Meus olhos com muita dificuldade se mantém abertos. "Tenho que parar com isso. Vulnerabilidade consciente não é do meu feitio". Tomada a decisão, me viro pro espelho ao meu lado esquerdo pra me olhar nos olhos e fincar minha palavra, e vejo meu reflexo que não me mostra com a sacola preta e a garrafa na mão. Um flash: eu, de rosto virado, braços na vertical, recusando a me ver naquele estado. Penso que por um momento me decepcionei muito comigo mesma. Meu corpo cai em câmera lenta com muita dor. Nos olhos, o horror me invade. Minha boca aberta para gritar em oitenta decibéis, mas nenhum som sai. Vejo gente passando pela porta e não consigo me redimir por um socorro. Estou presa no terror da negação, com a cabeça no chão, os músculos contraem e, nem mesmo o que é meu me é obediente.
Entre o dormir e acordar, vi que era um sonho. Um sonho que me disse o que fazer, me mostrou o quão perdida estava. O recado foi dado. Nada mais há o que fazer agora do que me purificar.

domingo, 26 de abril de 2015

estou sentindo uma sede desconhecida.
a falta que me move, me move.
a vontade de ver o que não existe aqui nessa cidade.
essa cidade que tanto me machuca, que tanto é preenchida por mais e mais corpos que não sabem se tocar, não se cuidam, muito se destratam, muito se envenenam.
quero ouvir o que o mar tem pra me dizer.
por que o sol, tão insistente, faz questão em não deixar um só de fora.
não quero me isentar desse direito de ser, sentir e agradecer.