sábado, 14 de dezembro de 2013

Venho sonhando com a agonia de um sentimento novo. A falta me faz ir. Continuo procurando em qualquer palco, qualquer mente, qualquer espaço que me traga um sinal de você, sentimento. Onde você está? Numa nova rotina? Em um novo lugar? Em um novo trabalho? Em alguém?

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Pensei em fazer um texto sobre você. Mas, ninguém ia ter paciência suficiente pra ler.

A.L.F.A.

As palavras passam de uma boca para outra, e para outra, e para outra... Ela nunca é passada de uma maneira fiel. Me prende tanto quanto essas regras de relacionamento que existem. Não consigo entender porque tenho que ficar trancafiando as coisas que sinto. Dizem que eu não sei ficar quieta (como uma virgem católica) e que não sei fazer nada por ninguém além de mim. Me disseram que eu poderia fazer o que quisesse. Eu mesma disse. E dou exatamente a mesma liberdade para a outra pessoa: "faça o que você quiser". Tanto que nessas brincadeiras, já me enfiei em cada situação que até Zé Bonitinho duvida.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Se você tiver uma filha e não for comigo, não coloque o nome dela de Heloísa. Adeus.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Parece que agora é de verdade. Você nem sequer escreve mais sobre mim. Nem me cita nos seus pedacinhos por aí. Eu sei que você me lê. Se não é agora, é daqui uns dias quando vier fuxicar nossas coisas com um pingo de saudade. E deixo escrito: as coisas nunca ficaram tão distantes como estão agora. Entendeu?

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

M.C.

Gosto de sentir sua respiração quente e do jeito que você fecha os olhos quando começa a me beijar, e os caminhos que suas mãos fazem nos meus cabelos e na minha nuca, e a sua cara de pau quando caminha para outros lugares fora de hora. Gosto de fazer amor com você de tarde, quando o sol bate no seu corpo e você fica de uma cor que dá vontade de arrancar um pedaço e guardar pra sobremesa depois. Não é por acaso que já fizeram tantas mil canções falando sobre sua cor, sobre o diamante, sobre o brilho... É lindo principalmente quando encaro teu corpo todo arrepiado dos meus beijos e dos meus carinhos quando deixo minhas mãos correrem pela sua pele. Mas, de verdade? Gosto de ver você ofegante, arranhando minhas costas, apertando minha pele, com os sentidos soltos de tanto êxtase, enquanto sua voz percorre o quarto até chegar nos meus ouvidos e eu ter a certeza de que é o som mais lindo que já existiu.

Bo-ê-mia

Sou apaixonada pela boemia. Quando ela me carrega pra outras cidades e me faz ouvir outros sotaques - me faz beijar outras bocas, tocar em outros corpos, puxar outros cabelos, ouvir outros gemidos recheados de sotaque, sentir outros cheiros, mergulhar em outros seios, acordar assustada em outros lugares que nem conhecia e mesmo assim me deparar com aquele corpo nu, todo tomado do sol, descansando sobre a cama, magnetizando em mim as lembranças da noite passada, me fazendo um convite para levar as lembranças da manhã que veio depois da noite passada. E se alguém pudesse lembrar das coisas que eu lembro, também ficaria com água na boca, rezando para que pudesse topar por aí com esse bronze todo de novo. Carregar aquele corpo quente pra minha cama, ou pro meu sofá, talvez pra minha mesa, quem sabe no chão da cozinha... E se desse, em cima da máquina de lavar... Ou na cama dela, talvez no sofá da casa dela, quem sabe em frente aquele espelho do chão ao teto no... - é para passar a amá-la.

quarta-feira, 10 de julho de 2013


O quanto é gostoso dormir ouvindo música e ver ela conduzindo seus sonhos. Seja nos sonhos da cabeça ou nos sonhos do chão. "Você não tem nada seu? Pois, deveria! Manda pra rádio. Vai pro Raul Gil. Se candidata no The Voice!". Mas gente, eu gosto tanto de cantar pra vocês aqui do bairro que não pagam pra me ver, e ainda tomam uma cerveja a seis reais num lugar gostoso que dá pra você encontrar todo mundo da quebrada! E não se preocupem porque eu guardo todos os pedidos num cantinho especial da minha casa pra aprender e tocar pra vocês depois. E, mãe, pode deixar que eu vou estudar porque eu funciono muito mais com um violão na mão do que com uma vassoura. E menina, você me dá tanto orgulho!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Penso que não queria tatuar em mim nem frases e muito menos desenhos.
Mas sim músicas. Muitas músicas. As mais bonitas.
Porque na minha cabeça não são todas que tem um longo prazo de validade.
Então, pensei que se elas impregnassem na minha pele, talvez não iria nunca mais esquecê-las.
E agora, diante de tanto estudo sobre o porque música existe, qual a finalidade espiritual e sentimental.. Eu só consigo descartar dezenas de músicas que não condizem com esse novo princípio.
Quando houver uma casa nova pra mim, vai existir um canto, um cantinho simpático e gostoso. É nele que eu vou deitar de cabeça pra baixo, e ficar olhando tudo ao contrário, deixando o sangue me largar a cabeça cheia, pensando o quanto é bonito tudo o que eu to ouvindo. E experimentar cada sensação quando me chega o êxtase da canção. Dure três minutos ou trinta.
Eu gosto do conciso. Mas chega um momento que quanto mais progressivo, quanto mais sem pressa for, melhor.
Faria do meu corpo uma grande caixa de músicas. E ficaria dentro de mim mesma, tentando entender qual a razão de tudo isso ser tão bonito. Lindo. Como já vi tantos sóis se pondo. Como também já vi tantos outros se levantando.
Nunca parei pra expor toda essa minha vontade. Eu só fico pensando, maquinando, divagando, o quanto, pela terceira e não última vez, tudo é tão bonito. O quanto eu me apaixono por notas quebradas e cheias de nonas e sextas. Uma guitarra de jazz subindo e descendo nos seus degraus. Um contrabaixo brincando no seu braço não demarcado, seja com varinha ou não. As teclas batendo nas cordas dando entonação a um piano. Os tambores. Ah! Os tambores! Colados nos seus primos-irmãos pratos. Queria tanto encher um sala inteirinha só dessas maravilhas. Fazê-los todos parte de mim. Ou me fazer parte deles. Ou sermos todos juntos, juntinhos, uma única parte.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Melissa

Todo domingo era missa. Todo feriado religioso era missa. E toda missa tinha ela. Tinha ela e eu com meus oito anos de idade já com o coração saltando pela boca. Me sentava no primeiro banco da terceira fileira da esquerda pra direita no último canto possível. Meus únicos dois focos eram a banda que tocava e a coroinha que sempre estava ao lado do padre.
Olhava pra banda e ficava encantada com aquele parque de diversões. Mirava a coroinha e meu pulso passava das duzentas batidas por minuto. Achava ela muito bonita. Tinha vontade de cair nos braços dela, e ficar conversando sobre a vida, sobre os sentimentos e sobre minhas dúvidas durante horas. Dúvidas que naquela época eu encarava mais como algo corriqueiro. Coisa de criança achar que não existem tantas regras exacerbadas que nos impedem de fazer coisas que gostamos. Mas, eu olhava o máximo que pudia e esperava um olhar de resposta. E quando ele vinha, meu amor, me arrepiava dos pés a cabeça e qualquer som que acontecia no momento entrava num estado infinito de reverberação. Me satisfazia com um pequeno passar de olhares pelos meus.
Pausa. Suspensa no ar. Como uma música do Donny Hathaway. Estava me apaixonando pela primeira vez sem nem saber o que era isso. Só descobri após alguns anos em muitas das minhas reflexões diárias sobre amor e paixão. Aquele frio na barriga me atacou pela primeira vez quando tinha oito anos. Eram só oito anos e eu ainda gostava de me sujar pela rua. Que deselegância e falta de respeito me sabotar assim.
Nunca descobri o nome dela. Menina branca de cabelo liso e preto. Olhos de gato. Tinha rosto e corpo de Melissa. E tinha o poder de roubar toda minha atenção. Me sentia uma aventureira por estar mergulhando num romance mal entendido como aquele. Num romance que mal sabia como era a voz dela ou o que ela fazia nas tardes em que eu (como sempre) me recusava a fazer as lições de casa.
Agradeço de todo meu coração por ela ter me oferecido aquelas sensações que eu mais tarde viria a sentir outras vezes. Acho que se não fosse por ela...

terça-feira, 28 de maio de 2013



 


"quando talvez precisar de mim, cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim."

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Estou ficando cada vez mais burra. Entrando de cabeça em um mundo que não exige muito do meu cérebro. Só exige euforia e mais euforia. E minhas reflexões? Só são exigidas quando estou na ida-volta da faculdade, quando minhas principais preocupações é a integração do bilhete único para sobrar mais uma passagem, qual o melhor lugar pra sentar, quem está ou vai ficar do meu lado, se está calor, quais são os caminhos do vento para eles chegarem até a mim? E depois de todas essas questões resolvidas, paro pra pensar na vida. Você embaixo do chuveiro pensa na vida. Eu dentro de um ônibus cheio penso na vida.
Me lembro que toda sexta feira a noite vou tocar num bar. Arrumo meu som, afino o violão, me sento no banquinho e começo meu show. Uma vez cantei "Como Nossos Pais" e um arrepio foi percorrendo meu corpo dos pés a cabeça, até chegar em meus olhos e eu explodir diante da minha pequena plateia. Não estou ficando tão burra quando canto várias horas seguidas até nem conseguir falar direito depois. Esse é meu ponto de profundidade. 
Todos os dias da semana fico refletindo no ônibus para chegar na sexta feira e me enfiar com todos esses pensamentos num cantinho escuro e me encontrar.

domingo, 28 de abril de 2013

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Tanta coisa pra fazer que eu nem consigo achar um tempinho pra viver direito.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Mas, que babaquice. Vivo meu dia inteiro e depois chego em casa, me enrolo num cobertor e fico me atormentando sozinha. No one never came so deep inside. E eu fico nessa palhaçada por sua causa, entende? Me responde. Coisa de gente babaca. Alguem me passe energias boas também porque as minhas se esgotaram! You took it all. Cria vergonha nessa cara, egoísta. I never had space in your new life. Como você fala idiotices! E eu não ligo de ficar aqui de longe te odiando, porque sempre foi assim que a gente se amou. Você não presta longe de mim. Don't come back.
"Não se deve esquecer nunca de onde crescemos e com quem crescemos. Vamos deixar passar anos, ou assim como preferir, mas nunca terei escrito sobre tudo o que penso e lembro de você, menina. É com um enorme ardor no meu peito que vou respeitar sua decisão e nunca mais vou tomar uma precipitada. Um dia você me entende, sabe? Não é porque eu sou covarde. Não tenho o direito de estragar sua vida. Estamos em nós. Amém.

sábado, 2 de março de 2013

Olha, já sei que tê-la... Eu não tenho mais. Mas, não deveria ser permitido sentir essa falta toda. Essa saudade de dormir entrelaçada e tomar café na padaria. E, o mais absurdo, ficar pensando e lembrando e cultivando tudo o que de bom a gente passou. O engraçado é que, mesmo sem ela, ela continua sugando minhas energias e me faz prestar atenção em cada pessoa que ela anda conversando, e em todas as frases e histórias que ela emana pro universo. E eu já conheço tanto aquela menina cheia de positividade que eu tenho certeza que ela não vai me querer perdida de novo no mundo dela. Talvez pra dizer um dia sim, e outros tantos não, que me ama e sente saudade. E depois vai sair voando de novo pra longe da nossa cidade. Eu fico me perguntando se é possível alguém, depois de tanto tempo, ainda me fazer escrever essas babaquices clichês. Logo de reflexo, lembro dela me dizendo que gosta de ser clichê e que se assume assim. Clichê de carteirinha. Eu não sou. Mas, por ela... Fiquei.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Parada. Cinco minutos reparando em cada detalhe do seu rosto. Cada poro, cada cicatriz... Eu já sei de tudo. Sei onde fica, sei como é, sei de onde veio. Sei qual cheiro vou encontrar quando chegar bem perto da curva do seu pescoço com seus ombros. Sei que se eu apertar no meio da sua barriga, você fica nervosa. Mas se eu caminho minha mão pra direita, você cede. E se eu te mordo sem motivo nenhum, você me repele. Mas se minha mordida vier entre beijos cheios de desejo, você chega a arranhar minhas costas. Já te ouvi dizer coisas entre "te amo" e "sai da minha vida, me deixe em paz". Esses extremos é o que nos situa. A liberdade que a gente se dá ao luxo é uma das coisas que nos segura em nós. Nos prende em nós. Nos amarra em nós. Só em nós.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sou geniosa.
Ninguém me coloca numa armadilha.
Você quer mentir pra mim, é?
Não vai conseguir por muito tempo.
Tenho olhos por todo meu corpo, principalmente na minha mente.
Uma vez que roubei sua intimidade, você nunca vai conseguir me sabotar.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Não sei fazer poesia.
Dizem que o inferno astral de cada um vem no mês antecedente do seu aniversário. Mas, parece que o meu aparece em pequenas parcelas distribuídas em alguns dias de todos os meses do ano. Às vezes, tenho vontade de arrancar a pele do meu rosto, e deixar toda essa energia ruim sair.  Toda hora fica um balão bem no meio do meu peito, enchendo e esvaziando, ardendo e pesando. Minha parte superior da cabeça explode. Meu corpo pesa no chão. Entra no chão. Fico entre o escuro, desconhecido e meu físico, conhecido, porém incapaz de me deixar extravasar esse horror dentro de mim. Eu to bem. Eu juro. Mas não... Menina, volta aqui. O desconhecido gosta de mim, pode isso? A todo tempo, dou marretada na mesma tecla. Sempre esse negócio gigantesco que não há nem espaço pra mim direito. Pelo amor de Deus: me deixa.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sempre nas nossas conversas longas e divertidas, consigo me encontrar entre um e outro riso teu. Me afogo no seu pescoço e colo meu corpo no seu mundo. Minha passagem é livre porque você nunca me diz não. Enquanto eu puder navegar nos teus olhos, você nunca vai me dizer não.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Todo dia arrumo minha cama quando acordo, faço o café da manhã que você estaria fazendo pra mim, agradeço a Deus e a toda espiritualidade por estar respirando, faço todas minhas obrigações burocráticas, resolvo as suas pendências, imagino a preguiça que você deve estar em todos os minutos em que estou trabalhando, vou até o outro lado da cidade pra buscar um pão pra comer, tomo banho, lavo meu cabelo, seco o banheiro na hora quando termino, ponho a roupa pra lavar do jeito que você me explicou, desço uma escada ridícula e estendo a roupa lá embaixo, penso o quanto a vovó está feliz de ter você perto, escovo meus dentes, guardo todos os sapatos, dou bronca no meu irmão por ser folgado, não deixo minhas roupas espalhadas por aí e nem tento minhas artimanhas na cozinha. Mas mãe, mesmo assim, esse monstro dentro de mim ainda não quer sair. O que eu tenho que tomar? Chá? Remédio? Fazer inalação? Tomar injeção na bunda e desmaiar de novo? Ele não vai embora, mãe. Ele insiste em ser como eu. Não tenho mais forças pra ir contra ele. Só aceito que ele não vai sair de mim, e se ele quiser ficar, vai ter de ficar em equilíbrio. Uma faculdade para ganhar dinheiro, um emprego com um chefe estúpido sem nenhum senso de humanidade, satisfazer a vontade da minha família paterna e ser uma pessoa mesquinha e vazia: tudo isso renunciei por ele. E ao responder pras suas amigas que sua filha faz música e não direito, engenharia, medicina como os filhos delas, te faz entrar em equilíbrio com ele também. Por certo, é por causa disso que você ainda não me levou em um médico e nem me ofereceu um chá. E em toda solução que você me propõe é entrar em calma e manter equílibrio. Mãe, você já sabia que ele existia, não é mesmo? Você só me deixou descobrí-lo sozinha, mãe. O que é muito perigoso. Mas nada muito impressionante diante do jeito que você me cuida,e também cuida dele, mãe.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Deita no meu ombro.
Segura minha mão.
Caminha seu olfato pelo meu cheiro.
Sempre diz o quanto gosta dele.
Quando diz coisas engraçadas.
Me mato de rir.
"Ai, ai, como você é engraçada" e te dou um beijo.

Entenda meu amor: as pessoas com frequências semelhantes se unem. As dissonantes, se afastam. Não conseguem mais ficar juntas. Não há como. Entenda isso, por favor. Você saiu da minha frequência há muitos carnavais. É tanto que você ficou por lá. Lá naquele carnaval em que o sol batia tão forte nos ombros. Hoje, sou uma nova pessoa. Cresci alguns centímetros e minha pele está mais escura. Meu grau aumentou. E você ainda continua nessa babaquice de usar seu óculos só na aula. E você ainda continua nesse carnaval que toca Beleza Rara. Mas, era tão bonito. Eu lembro. Você me mostrava sempre o quanto gostava dessa música. Parecia que ela te levava pra longe... E eu ficando aqui "volta! volta! não vá embora! eu ainda preciso de você!". Agora, meu bem, está tão distante de mim. Se não nos encontrássemos mais na minha cabeça, iria sentir falta de você. Tantas pessoas acham que você foi embora, mas eu ainda te vejo. Te vejo e te escuto. Minha criança. Tão clara e feliz. Queria voltar a ser você.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Pés no chão.

Andando de bicicleta pelo conjunto que morei por 3 anos, me dei conta que tanta coisa mudou.
Eu, minha cabeça, meu cabelo, meu corpo. A cada dia que passa minha miopia piora. A fachada das casas do conjunto mudam. É uma reforma diferente conforme vão passando os anos. Os buracos ficam mais fundos. E as pessoas mal saem nas ruas. Ninguém sabe quem é quem. E foi nessa corrente de pensamentos que percebi que nunca mais vou conseguir contato com uma velha amiga. Passei de rua em rua procurando a fachada da casa mais semelhante com a fachada da casa que existia na minha cabeça. E nada, e nada, e nada. Nem nada. Tudo diferente. Isso ia me causando um desespero porque eu queria tanto saber se ela ainda estava naquela casa. Mesmo que eu nem tocasse a campainha. Só queria ter certeza de que ela estava lá e assim alimentar uma chance de, talvez, encontrá-la. Agora, vai saber... Será que ela casou? Teve filho? Saiu da casa da tia? Reencontrou a mãe dela que morava no Rio de Janeiro? O que será que aconteceu com ela, pelo amor de Deus? Alguém sacia essa minha dúvida. Alguma coisa tem que me tirar desse desespero de não saber mais da vida dela. O pior: não ter mais nenhum tipo de contato com ela. Parei com a bicicleta no meio da rua. Fiquei mais de cinco minutos parada, olhando a areia, os meus pés, deixando o vento me açoitar e me veio a triste conclusão - assim como você tem certeza que sua mãe é sua mãe e que seu amor por ela é o maior que você possa ter sentido na sua vida - de que eu, realmente, não iria mais vê-la, e o máximo que eu poderia fazer era pensar nela, e estabelecer algum contato por algum tipo de fluido. É isso: eu amo muito a minha mãe e eu nunca mais vou ver minha velha amiga.