sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Acordada desde as 5, assustada comigo mesma, desiludida com o fato de nada ocorrer da forma que gostaria, me pego pensando que bosta é crescer e ter que lidar o tempo todo com vontades e expectativas não alcançadas. Esse espaço-tempo preciso e certeiro, e relações-obrigações que fazem de você parceira, hábitos-não-infundados em você que de se tornarem hábitos parecem naturais. 
Mas, o controle emocional que tento manter há meses colide com a vontade de me estragar, de chegar no limite e, cansada de tanto me ferir e provocar, sussurrar que me sinto viva, me sinto carne e osso, voz e pulmão, estou aqui, não vou cair, i got your back babe, não se preocupe. 
Sentir-se suficiente para si mesma é muito mais eficiente e libertador quando você sabe exatamente com quem está lidando. 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

tem hora que eu gostaria de viver hipoteticamente numa situação imaginária porém continuada daquele dia em que você ficou rebolando no meu colo na van totalmente excitada e a gente não sabia nem se queria estar mais ali só pensava em fuder você bem gostoso de todos os jeitos que a gente faz quando tá afim

segunda-feira, 23 de maio de 2016

eu sei que as vezes alguns traços de remorso aparecem em mim. é difícil engolir, processar e depois viver tranquilamente depois de tudo. mas toda vez que viajo, anseio por voltar logo pra ficar com você, assim parece realmente que estou em casa. é só um jeito de dizer que toda vez que deito minha cabeça no seu peito, posso ficar em paz, quieta. e tudo o que eu mais quero nesses últimos dias é ficar quieta e em paz. fazer o que tenho que fazer e depois ficar tranquila com você.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

toda vez que você me beija e logo depois me olha por vários segundos segurando meu rosto eu lembro da calma que senti quando deitei no seu colo aquele dia na praia e eu só pensava que não queria estar em mais nenhum lugar possível a não ser exatamente ali, só eu e você
sabe... eu to me virando bem esses últimos tempos. to aprendendo a controlar meus pensamentos, meus sentimentos, minhas palavras e a respeitar o meu tempo. descobri que é sutil a diferença entre existir de fato, e achar que está vivendo. conheci muitas pessoas, faço músicas, as pessoas ouvem e gostam... me perdi numa paixão maluca e ofegante que tirou uma onda comigo, me permiti o choro, a angustia, a impressão de estar a 1cm da depressão, a ansiedade em talvez encontrá-la na avenida, no ponto de ônibus e dizer enfurecidamente "por que diabos está fazendo isso comigo?"... me respeitei, respeitei o meu tempo, me olhei no espelho e pensei... mas não quis pensar muito, porque eu me saboto. de repente, quando percebo, ja me dei um olé tão grande que fica difícil voltar pro eixo. fui pro aeroporto. era a minha saída, era minha chance de respirar um pouco, minha oportunidade de dar um rolê honesto comigo mesma, e rever amigas que fico com o coração quente só em pensar. quando percebi, estava amanhecendo com o rio de janeiro estampado na minha frente, e materializado ao meu lado, numa cor tão linda que não queria nunca parar de olhar. foi súbito. eu me encantei. mas senti uma daquelas paixões tranquilas, sabe? nada muito louco, nada muito ensandecido. pouco tempo pra sentir mais, porém tempo suficiente para dizer "obrigada, foi muito bom. você foi um ponto de tranquilidade diante da loucura na qual me encontrava". voltei mais calma, fiquei de bem comigo mesma. confesso que demorei uns cinco dias pelo menos para me situar na minha própria casa. desde então, consigo resolver minhas coisas com mais calma. aceito viver sentindo tudo o que eu sinto, me permito aproveitar da melhor forma que existe. se eu tiver que ir embora, eu vou. se tiver que ficar, eu fico. o novo sempre me interessou, e nunca tenho nada a perder deixando me levar. 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

das coisas que a vida dá:
encontrei uma sereia 
me enfeitiçou com uma risada gostosa 
um olhar fixo nos meus olhos
cheiro acompanhado de beijo no cangote
e confissões às onze que nunca deveria ter feito 
me da um sorriso de presente de um jeito envergonhado
arruma aqui e ali pra ficar mais confortável ao meu lado
na minha cabeça já se passaram vários filmes de reflexão
e eu? nem ligo pra concordância
esqueço de coerência
veio rápida e sem piedade 
bagunçar minha cabeça
me trazer poesia
de madrugada ou quando há neblina
diz, recíproca e veemente: eu também
não há espaço pra medo
nem pra me soltar 
e, quando perto chego do riacho
só penso em me afundar

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

tua pele brilha e é disso que eu gosto

vamo tomar um doce e
sentir que gosto sua pele tem
quando bate o sol
e você me diz ainda bem
que você ta aqui
que eu te conheci
que de nada me privei
de nada me escondi
tu me vem na cabeça
faz algum tempo

cheia de rastro

sem acaso






quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

um dia as pessoas morrem na gente

É isto, nada além: um dia as pessoas morrem na gente. Pode ser um amigo que parece não se importar mais ou então aquele que telefona só quando quer ajuda, um amor que gastou todas as chances que tinha e nem toda dedicação do mundo comoveu, um primo de longe, qualquer um. Pode ser a criança que um dia morou dentro da gente, o sujeito que viajou pra longe sem dar adeus ou dizer que ia ou o visitante que chegou e nem ao menos um oi. Um dia as pessoas morrem na gente. Pode ser um dia qualquer, como hoje ou ontem ou a terça passada, um dia de agosto ou no meio do carnaval, um dia de formatura ou até no ano novo, um dia de vento sul ou calor dos infernos, de vestido curto ou jeans surrado, de boca nervosa ou falta de apetite, de cabelo desgrenhado ou os cachos no lugar. Um dia as pessoas simplesmente morrem na gente, e a gente esquece as tardes divertidas que passou no boteco, a esperança que alimenta quando ainda não viveu muito, a promessa de nunca esquecer; a gente esquece que um dia quis ficar junto pra sempre, que jurou um monte de coisas, que registrou em fotografias uma penca de momentos bonitos, que acreditou em tudo ou, exatamente como o Chico ensinou naquela canção, que ajeitou o nosso caminho pra encostar no caminho do outro. A gente faz força pra esquecer, porque sabe que precisa. A gente faz força pra esquecer, porque sabe que precisa. É isto, nada além: um dia as pessoas morrem na gente, embora continuem vivinhas da silva.

(https://analauranahas.wordpress.com/2010/09/05/um-dia-as-pessoas-morrem-na-gente/)
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